SURGIMENTO DA GEOMETRIA ANALÍTICA
GRUPO: Rodolfo Falcão, Rafael Martins, Éder Rangel e Ana Augusta
A Geometria, como ciência dedutiva, foi criada pelos
gregos. Mas, apesar do seu brilhantismo faltava operacionalidade à geometria
grega. E isto só iria ser conseguido mediante a Álgebra como princípio
unificador. Os gregos, porém, não eram muito bons em álgebra. Mais do que isso,
somente no século XVII a álgebra estaria razoavelmente aparelhada para uma
fusão criativa com a geometria.
Ocorre, porém que o fato de haver condições para uma
descoberta não exclui o toque de genialidade de alguém. E no caso da geometria
analítica, fruto dessa fusão, o mérito não foi de uma só pessoa. Dois
franceses, Pierre de Fermat (1601-1665) e René Descartes (1596-1650),
curiosamente ambos graduados em Direito, nenhum deles matemático profissional,
são os responsáveis por esse grande avanço científico: o primeiro movido
basicamente por seu grande amor, a matemática e o segundo por razões
filosóficas. E, diga-se de passagem, não trabalharam juntos: a geometria
analítica é um dos muitos casos, em ciência, de descobertas simultâneas e
independentes.
Se o bem-sucedido Pierre de Fermat zeloso e competente
conselheiro junto ao Parlamento de Toulouse, dedicava muitas de suas melhores
horas de lazer à matemática, certamente não era porque faltasse, alguém em sua
posição, outras maneiras de preencher o tempo disponível. Na verdade Fermat
simplesmente não conseguia fugia à sua verdadeira vocação e, apesar de praticar
matemática como hobby, nenhum de seus contemporâneos contribuiu tanto para o
avanço desta ciência quanto ele. Além da geometria analítica, Fermat teve papel
fundamental na criação do Cálculo Diferencial, do Cálculo de Probabilidades e,
especialmente, da teoria dos números, ramo da matemática que estuda as
propriedades dos números inteiros.
A contribuição de Fermat à geometria analítica encontra-se
num pequeno texto intitulado Introdução aos Lugares Planos e Sólidos e data no
máximo, de 1636 mais que só foi publicado em 1679, postumamente, junto com sua
obra completa. É que fermat, bastante modesto, era avesso a publicar seus
trabalhos. Disso resulta, em parte, o fato de Descartes comumente ser mais
lembrado como criador da Geometria Analítica.
O interesse de Descartes pela matemática surgiu cedo, no
“College de la Fleche”, escola do mais alto padrão, dirigida por jesuítas, na
qual ingressará aos oito anos de idade. Mas por uma razão muito especial e que
já revelava seus pendores filosóficos: a certeza que as demonstrações ou
justificativas matemáticas proporcionam. Aos vinte e um anos de idade, depois
de frequentar rodas matemáticas em Paris (além de outras) já graduado em
Direito, ingressa voluntariamente na carreira das armas, uma das poucas opções
“dignas” que se ofereciam a um jovem como ele, oriundo da nobreza menor da
França. Durante os quase nove anos que serviu em vários exércitos, não se sabe
de nenhuma proeza militar realizada por Descartes. É que as batalhas que
ocupavam seus pensamentos e seus sonhos travavam-se no campo da ciência e da
filosofia.
A Geometria Analítica de Descartes apareceu em 1637 no
pequeno texto chamado A Geometria como um dos três apêndices do Discurso do
método, obra considerada o marco inicial da filosofia moderna. Nela, em resumo,
Descartes defende o método matemático como modelo para a aquisição de
conhecimentos em todos os campos.
A Geometria Analítica, como é hoje, pouco se assemelha às
contribuições deixadas por Fermat e Descartes. Inclusive sua marca mais
característica, um par de eixos ortogonais, não usada por nenhum deles. Mais,
cada um a seu modo, sabiam que a ideia central era associar equações a curvas e
superfícies. Neste particular, Fermat foi mais feliz. Descartes superou Fermat
na notação algébrica.
A IMPORTÂNCIA DA GEOMETRIA ANALÍTICA.
A geometria analítica, também chamada geometria de
coordenadas e que antigamente recebia o nome de geometria cartesiana, é o
estudo da geometria através dos princípios da álgebra. Em geral, é usado o
sistema de coordenadas cartesianas (isso mesmo, aquele dos eixos x e y) para
manipular equações para planos, retas, curvas e círculos, geralmente em duas
dimensões (o espaço R2), mas por vezes também em três ou mais dimensões, o dito
espaço R3, embora muito difícil de ser trabalhado no ensino médio, é
frequentemente cobrado em um ensino superior na área de exatas, como por
exemplo, nas disciplinas de cálculo diferencial e equações diferenciais. Um bom
software para a construção de gráficos é o gnuplot, que trabalha através de comandos
(em inglês) tanto com 2D como com 3D, e que tem a vantagem de ser gratuito e de
interface de comando fácil (pode ser baixado em www.gnuplot.info):



Alguns pensam que a introdução da geometria
analítica constituiu o início da matemática moderna. Os estudos iniciais da
Geometria Analítica se deram no século XVII , e devem-se ao filósofo e
matemático francês Rene Descartes (1596 - 1650), inventor das coordenadas
cartesianas (assim chamadas em sua homenagem), que permitiram a representação
numérica de propriedades geométricas, porém quase na mesma época (um pouco
antes de Descartes), outro matemático francês, Pierre de Fermat (1601 - 1665)
já havia enunciado os princípios da geometria analítica e tinha até deduzido
equações de retas e parábolas, mas não o publicou devido em grande parte a sua
modéstia. Provavelmente, se tivesse publicado, as coordenadas que hoje chamamos
de "cartesianas" poderiam se chamar de "fermatianas". Por
aquilo que dela é ensinado nos livros escolares, pode-se explicar a geometria
analítica de uma forma mais simples: a disciplina procura definir formas
geométricas de modo numérico e extrair informação numérica dessa representação.
O resultado numérico também pode, no entanto, ser um vetor ou uma forma.
Descartes criou as fundações para os métodos da geometria analítica em 1637 no
apêndice intitulado Geometria do seu Discurso do Método. Este livro e os seus
princípios filosóficos criaram as fundações para o cálculo, que foi mais tarde
introduzido independentemente por Isaac Newton e Gottfried Wilhelm
Leibniz. Os temas importantes de geometria analítica incluem: Espaço vetorial Conceitos
primitivos (ponto, reto e plano) Problemas de distância entre pontos e entre
ponto e reta O produto escalar para obter o ângulo entre dois vetores O produto
vetorial para obter um vetor perpendicular a dois vetores conhecidos (e também
o seu volume espacial) Problemas de intersecção A álgebra linear (ramo da
matemática aplicada que trata de espaços vetoriais) utiliza largamente a
geometria analítica em seus resultados. Mas no nosso dia a dia utilizamos muita
coisa, embora de forma inconsciente, que utiliza geometria analítica. Por exemplo: ao utilizarmos um aparelho
GPS, estamos fazendo proveito da divisão do globo terrestre em um sistema de
coordenadas cartesianas e que sua posição exata é um par ordenado nesse imenso
plano. E também encontra aplicações em vários ramos: medicina, robótica,
aeronáutica, etc. Daí percebeu a importância do estudo da geometria analítica e
porque apesar de tanto tempo desde sua criação esta continua a ser um ramo rico
e ainda muito estudado.

No dia-a-dia, algumas atividades requerem seu uso mais intenso, outras
menos, mas frequentemente a usamos, ainda que sem perceber. Ao construir um gráfico, ao locar a construção
do alicerce de uma casa, aviões e embarcações situam-se em suas rotas
valendo-se de aparelhos denominados GPS que, por sua vez, utilizam coordenadas
fornecidas por satélites. A Geometria analítica também é muito usada para
construir jogos, é o principio da Computação gráfica que serve tanto para
projetar simulações para áreas de Engenharia.
O USO DA GEOMETRIA ANALÍTICA.
·
No jogo de batalha naval.

Tema: Sistema cartesiano ortogonal de coordenadas.
1º Momento: Jogo – Batalha Naval
1º Passo: Ensinar as regras do jogo
2º Passo: Formação de duplas
3º Passo: Determinação do tempo de partida – 10 min.
2º Momento: Apresentação do assunto
1º Passo: Relacionar o jogo com as coordenadas cartesianas
2º Passo: Construir a definição de coordenadas com os alunos.
3ºPasso: Marcação dos pares ordenados no papel milímetro. Esses pares
serão construídos a partir dos pares do jogo.
Subsídios para o Professor
• O objetivo da proposta é levar o aluno a conhecer o Sistema Cartesiano
Ortogonal através do jogo “Batalha Naval”;
• Está direcionado para aplicação em alunos da 1ª série do ensino médio,
mas pode ser adaptado para a 7ª série do ensino fundamental;
• O ensino do Sistema Cartesiano Ortogonal está situado no campo algébrico
simbólico da reorientação curricular do SEE-RJ;
• A aplicação se dará em dois tempos de aula com 50 minutos cada;
• Para aplicação do jogo “Batalha Naval”, separar a turma em duplas,
entregar uma cartela para cada um, propondo aos alunos o preenchimento do
reticulado intitulado “SEU JOGO” os quadrinhos referentes às suas embarcações,
em seguida iniciar a orientação, começando o jogo, em cada dupla, após 10
minutos de todas as duplas terem iniciado, interromper o jogo, aplicar o
exercício da página 6, limitando-se apenas em tirar dúvidas possíveis dos
alunos; Introduzir o 2
Conteúdo proposto na página 7, finalizando com a entrega do exercício da
página 8;
• A avaliação se dará pela participação do aluno no jogo e os resultados
obtidos pelos exercícios;
• Em algumas turmas, a dificuldade encontrada foi a transposição das
embarcações no jogo e na construção da figura geométrica do triângulo do exercício
1 da página 8. Foram também de difícil compreensão a localização do zero para
as coordenadas dos pontos.
REGRAS DO JOGO
Embarcações (navios) disponíveis:
5 Hidroaviões 4 Submarinos 3 Cruzadores
2 Encouraçados
1 Porta-aviões
Preparação do jogo:
1. Cada jogador distribui suas embarcações pelo tabuleiro. Isso é feito
marcando-se no reticulado intitulado "Seu jogo" os quadradinhos
referentes às suas embarcações.
2. Não é permitido que duas (2) embarcações se toquem.
3. O jogador não deve revelar ao oponente as localizações de suas
embarcações.
Jogando (regra mais fácil):
Cada jogador, na sua vez de jogar, seguirá o seguinte procedimento:
1. Anunciará 3 pontos (localizações), indicando a coordenadas do alvo
através do número da linha e da letra da coluna que definem a posição. Para que
o jogador tenha o controle dos pontos anunciados, deverá marcar cada um deles
no reticulado intitulado "Seu jogo”.
2. Após cada um dos pontos localizados, o oponente avisará se acertou e,
nesse caso, qual a embarcação foi atingida. Se ela for afundada, esse fato
também deverá ser informado.
3. A cada ponto acertado em um alvo, o oponente deverá marcar em seu
tabuleiro para que possa informar quando a embarcação for afundada.
4. Uma embarcação é afundada quando todas as casas que formam essa
embarcação forem atingidas.
5. Após os 3 pontos localizados e as respostas do oponente é a vez para
o outro jogador.
O jogo termina quando um dos jogadores afundar todas as embarcações do
seu oponente.
Exercício:
Segundo elemento.
Nessas condições, responda:
a) Quais as posições ocupadas pelo seu porta-aviões?
b) Se o seu adversário disparar um “ponto” para a posição (6,E),
atingirá algum de seus navios?
c) Se o seu adversário disparar um “ponto” para a posição (7,G),
atingirá algum de seus navios?
d) Qual número mínimo de “pontos” que seu adversário deve dar para
afundar todos os seus rebocadores?
e) O seu cruzador será afundado se o seu adversário disparar 4 “pontos”
para quais posições?
f) Se o seu adversário der 25 “tiros” seguidos e todos certeiros, ele
conseguirá afundar toda a sua frota?
Sistemas de coordenadas
Ao brincar com o jogo “Batalha Naval” e ao disparar um “tiro” você diz a
posição representada por um número e uma letra para tentar acertar o armamento
do adversário.
Essas informações são as coordenadas do local de destino do
“tiro”.
Em muitas outras situações do cotidiano, necessitamos de sistemas de
coordenadas. Por exemplo: um ponto de uma estrada é localizado pela marca
quilométrica; um ponto sobre a superfície da Terra é determinado por dois
números chamados de latitude e de longitude; um ponto do espaço aéreo é
localizado por três números – a latitude, a longitude e a altitude.
Do mesmo modo, para localizar um ponto em um plano, podemos adotar um
sistema de coordenadas, e o mais usual é o sistema cartesiano ortogonal de
coordenadas, apresentado a seguir.
Sistema cartesiano ortogonal de coordenadas
Para localizar um ponto no plano, podemos fixar nesse plano um
sistema cartesiano ortogonal de coordenadas, que é formado por dois eixos
reais, Ox eOy , perpendiculares entre si no ponto O.
Por exemplo, para determinar o ponto P da figura a seguir, traçamos por
P as perpendiculares a Ox eOy ,obtendo, nesses eixos, dois números chamados de
abscissa
(horizontal) e ordenada (vertical) do ponto P , respectivamente.
No exemplo, as coordenadas do ponto P são 5 e 4. A abscissa é 5, e
a ordenada é 4.
Indicamos esse fato por (5,4).
O símbolo (5,4) é chamado de “par ordenado de abscissa 5 e
ordenada 4”.
Considerando dois conjuntos, A e B, não vazios, chamamos de
produto cartesiano de A por B o conjunto indicado por A x B, formado por todos
os pares ordenados, nos quais o primeiro elemento pertence ao conjunto A e o
segundo pertence ao conjunto B:
A x B = {(x, y) / x ∈ A e y ∈ a B}
Notação: A x B
Leitura: A cartesiano B
Elemento par ordenado (x, y) Exercícios:
1) No Plano Cartesiano, desenhe o triângulo ABC sendo A(–3, –3), B(0,4)
e C(3,0)
2) No Plano Cartesiano, desenhe o trapézio ABCD sendo A(1,1), B(4,4),
C(7,4), D(10,1) e determine os pontos do quadrado inscrito no trapézio.
·
Nas
construções.

Fonte: Romancolosseum.org

Figura 1:
Centro Comercial de Brusque

Figura 2:
Unifebe – Centro Universitário de Brusque
CONCLUSÃO.
Destacamos a importância da geometria
analítica em nosso cotidiano, desde seu surgimento até os dias atuais e com
certeza será muito útil para o futuro, verificamos sua existência ao nosso
redor quando observamos as grandes construções nos centros urbanos, observamos
também que mesmo com o avanço da tecnologia usamos artifícios descobertos
séculos atrás destacando mais ainda a sua importância, contribuindo no avanço
tecnológico e nos ajudando como, por exemplo, o GPS, onde podemos nos localizar
onde nós estivermos.
REFERÊNCIAS.
Olá pessoal, o blog de vocês está bem legal, gostei da introdução, onde vocês contam a história da Geometria Analítica e de seus estudiosos.
ResponderExcluirDevo lembra-los de que a postagem do blog 3 foi postada com atraso e isso quer dizer que vocês não terão nota integral.
Agora relembrando o tempo em que vocês eram estudantes do Ensino Médio, como esse conteúdo foi abordado pelo professor em sala de aula? E vocês como futuros professores como irão abordar esse conteúdo com seus alunos?
Abraços
Fabiane
Parabéns colegas pelo ótimo trabalho do grupo, ficou completo e um bom entendimento sobre o tema.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom dia estimados colegas e professora,
ResponderExcluirO trabalho de vocês está muito bom, agora relembrando o meu tempo de estudante me recordo que o conteúdo geometria foi abordado pela minha professora de uma maneira bem simples, porém bastante dinâmica pois ela nos levou até a quadra de esportes onde nós tivemos uma noção espacial da geometria, além disso nos mostrou quanta geometria existe na natureza como a forma de cilindro do caule das árvores, a simetria das flores, bem como as construções humanas como prédios, clubes,escolas, enfim tudo é geométrico e faz parte do nosso cotidiano. Com certeza irei trabalhar desta maneira com os meus alunos, apresentando-lhes a geometria de maneira simples porém divertida...
Angela Ambrós
Colega Angela, que bom que tens boas lembranças das tuas aulas do Ensino Médio, quanto as minhas pouco me lembro acho que não foram tão marcantes. Depois que tive a oportunidade de entrar em contato com estes Softwares que nos foram apresentados pelo Curso de Matemática Geogebra, Cmap Tools, Google Sketchup e outros me sinto alegre em saber que tenho novas ferramentas para no futuro poder oportunizar outras pessoas a aprenderem melhor e mais motivados.
ResponderExcluirEste comentário acima foi postado pela aluna Marta Regina Dias Ferreira.
ResponderExcluirPolo: Cacequi, R/S.
Colegas! O trabalho de vocês está legal, organizado e com exemplos de jogos que é uma excelente prática pedagógica para que os educando sintam mais prazer em trabalhar os conteúdos na prática, pois é uma atividade de grande interesse. Sirlei Bassan
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